sexta-feira, 30 de março de 2012

A revolução Keynesiana

" Rompendo com o pensamento liberal da época, John Maynard Keynes foi um defensor de doutrinas intervencionistas na economia. O impacto do seu pensamento sobre as teorias e as práticas econômicas do século XX constituiu para alguns uma verdadeira revolução.
Embora considerasse a existência de forças de re-equilíbrio no campo econômico, em seu texto O Fim do Laisse- Faire (1926) e em alguns artigos preparatórios de sua obra intitulada Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda (1936) , Keynes defendeu a tese de que esses mecanismos não são automáticos no longo prazo. Não confiava, portanto, na teoria do laisse-faire ("deixai fazer") na economia e sua "naturalidade".
Segundo Keynes, os "impulsos" dos empresários muitas vezes iam contra o que era "natural", e até que houvesse um re-equilíbrio da situação, muitas vidas poderiam ser destruídas. O Estado precisava, portanto, intervir na economia onde fosse necessário, para garantir o equilíbrio e uma maior eficiência do sistema produtivo.
Entre as idéias defendidas por Keynes, estava a de que cabia aos governos implantas políticas econômicas que garantissem o emprego dos trabalhadores. Ele também defendia uma redistribuição dos lucros , para que o poder aquisitivo dos consumidores aumentasse de forma proporcional ao desenvolvimento do meio produtivo."

A crise de 1929 (Grande Depressão)









Após a primeira guerra mundial (1918), os EUA eram o país mais rico do planeta. Além das fábricas de automóveis, os EUA também eram os maiores produtores de aço, comida enlatada, máquinas, petróleo, carvão….
Nos 10 anos seguintes, a economia norte-americana continuava crescendo causando euforia entre os empresários. Foi nessa época que surgiu a famosa expressão “American Way of Life” (Modo de VidaAmericano). O mundo invejava o estilo de vida dos americanos.
A década de 20 ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. O consumo aumentou, a indústria criava, a todo instante, bens de consumo, clubes e boates viviam cheios e o cinema tornou-se uma grande diversão.
Os anos 20 foram realmente uma grande festa! Nessa época, as ações estavam valorizadas por causa da euforia econômica. Esse crescimento econômico (também conhecido como o “Grande Boom”) era artificial e aparente, portanto logo se desfez.
De 1920 até 1929, os americanos iludidos com essa prosperidade aparente, compraram várias ações em diversas empresas, até que no dia 24 de outubro de 1929, começou a pior crise econômica da história do capitalismo.
Vários fatores causaram essa crise:
Superprodução agrícola: formou-se um excedente de produção agrícola nos EUA, principalmente de trigo, que não encontrava comprador, interna ou externamente.
Diminuição do consumo: a indústria americana cresceu muito; porém, o poder aquisitivo da população não acompanhava esse crescimento. Aumentava o número de indústrias e diminuía o de compradores. Em pouco tempo, várias delas faliram.
Livre Mercado: cada empresário fazia o que queria e ninguém se metia.
Quebra da Bolsa de Nova York: de 1920 a 1929, os americanos compraram ações de diversas empresas. De repente o valor das ações começaram a cair. Os investidores quiseram vender as ações, mas ninguém queria comprar. Esse quadro desastroso culminou na famosa “Quinta-Feira Negra” (24/10/1929 – dia que a Bolsa sofreu a maior baixa da história).
Se o valor das ações de uma empresa está desabando, o empresário tem medo de investir capital nessa empresa. Se ele investe menos, produzirá menos; se produz menos, então, não há motivo para tantos empregados, o que levará o empresário a demitir o pessoal.
Muitos empresários não sobreviveram à crise e foram à falência, assim como vários bancos que emprestaram dinheiro não receberam de volta o empréstimo e faliram também.
A quebra da bolsa trouxe medo, desemprego e falência. Milionários descobriram, de uma hora para outra, que não tinham mais nada e por causa disso alguns se suicidaram. O número de mendigos aumentou.
A quebra da bolsa afetou o mundo inteiro, pois a economia norte-americana era a alavanca do capitalismo mundial. Para termos uma idéia, logo após a quebra da bolsa de Nova York, as bolsas de Londres, Berlin e Tóquio também quebraram.
A crise fez com que os EUA importassem menos de outros países, como conseqüência os outros países que exportavam para os EUA, agora estavam com as mercadorias encalhadas e, automaticamente, entravam na crise.
Em 1930, a crise se agravou. Em 1933, Roosevelt foi eleito presidente dos EUA e elaborou um plano chamado New Deal. O Estado passou a vigiar o mercado, disciplinando os empresários, corrigindo os investimentos arriscados e fiscalizando as especulações nas bolsas de valores.
Outra medida foi a criação de um programa de obras públicas. O governo americano criou empresas estatais e construiu estradas, praças, canais de irrigação, escolas, aeroportos, portos e habitações populares. Com isso, as fábricas voltaram a produzir e vender suas mercadorias. O desemprego também diminuiu. Além disso, o New Deal criou leis sociais que protegiam os trabalhadores e os desempregados.
Para acabar com a superprodução, o governo aplicava medidas radicais que não foram aceitas por muitas pessoas: comprava e queimava estoques de cereais, ou então, pagava aos agricultores para que não produzissem.
O New Deal alcançou bons resultados para a economia norte-americana.
Essa terrível crise que atravessou a década ficou conhecida como Grande Depressão.
Os efeitos econômicos da depressão de 30 só foram superados com o inicio da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado tomou conta de fato sobre a economia ajudando a ampliar as exportações. A guerra foi então, uma saída natural para a crise do sistema capitalista.
Na década de 30, ocorreu a chamada “Política de Agressão (dos regimes totalitários – Alemanha, Itália e Japão) e Apaziguamento das Democracias Liberais (Inglaterra e França)”.
A política de agressão culminou em 1939 quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia dando por iniciada a Segunda Grande Guerra.


Disponível em : http://www.infoescola.com/historia/crise-de-1929-grande-depressao/

Alunos do Colégio Estadual Dom Luciano


Professor Jaílton
Alunos do 9º ano
Alunos do 9º ano



Alunos produzindo um cartaz solicitando a retirado do Brasil de uma possível guerra

Resultado da atividade

Resultado da atividade





Filmes e História - Revolução Russa




Doutor Jivago (1965, EUA)
Direção: David Lean
Atores: Omar Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin,
Rod Steiger e grande elenco.
      Filme romântico, baseado na obra de Boris Pasternak,
que se desenvolve na época da Revolução Russa. Narra
a história de um médio burguês que se apaixona pela mulher
de um líder soviético. Recebeu 5 Oscars. (198 min)




Encouraçado Potemkin (1925, URSS)
Direção: Sergei Eisenstein
Atores: A. Antonov, V. Basky, Grigory Alexandrov.
       Os tema do filme é o episódio verídico da revolta dos marinhei-
ros russos contra a carne podre que lhes era servida. O filme foi
realizado para comemorar o vigésimo aniversário da insurreição de
1905 contra o czar Nicolau II. Pela técnica de criação de imagens,
esse filme é considerado um dos mais importantes da história do ci-
nema. (65 min)



Agonia Rasputin (1975,URSS)
Direção: Elem Klimov
Atores: Alexei Petrenko, Anatoly Romashin, Velta Linne.
       Panorama histórico da Rússia do começo do século XX
(1905 - 1919). Narra a influência de Rasputin sobre a família
do czar Nicolau II. (149 min)










Stalin (1992, EUA)
Direção: Ivan Passer
Atores: Robert Durval, Julia Ormond, Jeroen Krabbé,
Joan Plowright, Daniel Massey.
      A longa trajetória do ditador soviético Stalin, desde
o principio da Revolução Russa (1917) até sua morte em
1953. (173 min)






Os funerais de Lênin







" A morte de Lênin, em 21 de janeiro de 1924, causou grande comoção na população soviética, e os dirigentes do país - Stálin e Kamenev - utilizaram-na para obter ganhos políticos. Os funerais de Lênin são então revestidos "de uma aura nada condizente com a personalidade do morto. Mais parece que sepultam um poderoso czar ou mesmo um hierarca ortodoxo. Nos funerais, todo uma ambientação mística. Mais tarde o corpo será embalsamado, e, para guardá-lo, um grandioso mausoléu é construído numa praça de Moscou.
O que se pretende é impressionar o povo, com a instauração de um verdadeiro culto ao leninismo."

ESTEVÃO, Carlos José. São Paulo, 1986.









“Tropas francesas, inglesas, japonesas e norte-americanas  desembarcaram  no  país  em  socorro  aos 'brancos' contra o Exército Vermelho bolchevique,mergulhando a Rússia numa sangrenta guerra civil (1917-1921).
À  quantidade de vítimas diretas das guerras (mundial e civil) acrescentou-se o número de pessoas que pereceram com  a  fome,  o  frio  e  as  epidemias,  gerando  um  total estimado entre 15 e 20 milhões de pessoas mortas de 1914  a 1921. Somente em 1920, mais de 3,5 milhões de  russos morreram devido a uma epidemia de tifo, e a cidade de Petrogrado,  que  já  possuíra  uma  população  próxima  a casa  dos  2  milhões,  passou  a  ter  menos  de  700  mil habitantes.”



VICENTINO, Cláudio. Rússia: antes e depois da URSS. P. 5


“No caso do fim da servidão, decidido a 18 de fevereiro de 1861, o Czar Alexandre II (1855 – 81) libertou 40 milhões de camponeses sem alterar substancialmente a estrutura fundiária tradicional, evitando o confisco generalizado e a redistribuição de terras, como reivindicavam os diversos movimentos populares russos.


Mesmo a compra, por parte do governo, de propriedades que seriam distribuídas aos trabalhadores rurais livres dos nobres não conseguia a simpatia popular, pois as propriedades eram entregues as aldeias que, por sua vez, repassavam os lotes aos camponeses mediante a indenização ao Estado em prestações pagas durante 49 anos, transformando-os, na prática, em verdadeiros servos do Estado. Era um quadro de estímulo a tensão social,já que muitos desejavam bem mais que o conseguido e o czarismo optava por quase nada a ceder as reivindicações nacionais."

VICENTINO, Cláudio.Rússia : antes e depois da URSS.

Revolução Russa




No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, a França, a Alemanha e a Áustria, era uma das maiores potências européias, porém enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se industrializavam, a Rússia não se modernizava.
A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão
- Vendeu terras aos camponeses
- Mandou ocupar novas áreas agrícolas

Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas conseqüências graves, como por exemplo, a dificuldade de se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização, isso permitiu que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas, conseqüentemente entre os anos de 1880 e 1900 e Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento entre a população que se unia cada vez mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento (Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranqüilidade, pois houve uma alta no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas idéias de Karl Marx, eles acreditavam que todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse implantado.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força, eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas.

Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar, porém o combate trouxe algumas conseqüências:
- Desorganização da economia
- Fome, pobreza e racionamento
- Saques, passeatas e protestos contra o czar
- Renúncia do czar em 1917 diante da pressão popular

A deposição do Imperador não trouxe tranqüilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como:
- Anistia para presos políticos
- Liberdade de imprensa
- Redução da jornada de trabalho para 8h.

Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam melhores salários) não gostaram.
Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país.
Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas.
Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde todos fossem iguais e livres.
Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos,etc)

A idéia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem propriedade não haveria exploradores e explorados.
Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e iguais.
Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo.
Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim.
No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista.
Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o aumento das desigualdades sociais.
Em termos políticos o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar.
Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o poder. Stálin saiu vencedor.
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava.
Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas fazendas.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stálin na URSS mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.

Disponível em :http://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/

O calendário e a revolução

         No começo do século XX, a Rússia czarista ainda utilizava o calendário juliano - Instituído por Júlio César em 45 a. C. No ocidente adotava-se o calendário gregoriano, instaurado pelo papa Gregório XIII, em 1502, e que se diferenciava em 13 dias do juliano. Assim, a Revolução Russa de fevereiro - iniciada em 23 - em nosso calendário seria Revolução de março (8 de março), do mesmo modo que a Revolução de outubro, para nós, seria novembro.
      O calendário ocidental só foi adotado na Rússia em 1918, já sob o regime comunista. 

Filmes e História

Filmes sobre Primeira Guerra Mundial





Gallipoli (1981, Austrália)
Direção: Peter Weir
Atores: Mel Gibson, Mark Lee, Bill Kerr
     Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1915, dois
corredores australianos iniciam comovente amizade ao 
ingressar na Brigada Ligeira. (110 min)






Lawrence da Arábia (1962, Inglaterra)
Direção: David Lean
Atores: Peter O' Toole, Omar Sharif, Arthur
Kennedy, Alec Guiness, Anthony Quinn
     Militar arqueólogo e escritor, T.E. Lawrence, apaixona-se
pelo mundo árabe e renuncia à brilhante carreira no exército
britânico. Luta ao lado dos árabes na Primeira Guerra Mundial.
Laureado com sete Oscars. (206 min)




quinta-feira, 29 de março de 2012

Os Eua embalados pelo jazz

          " Foi exatamente durante a Primeira Guerra Mundial que floresceu e se divulgou com maios intensidade a música negra nos EUA: o jazz e o blues. Por essa época, esses gêneros entraram para o repertório da música popular americana.
           Os Eua viviam seus dias de glória. A dança agitava os salões, principalmente aquelas que tivessem características menos convencionais, como a valsa que predominou no século XIX. Houve uma verdadeira busca de ritmos e sons diferentes, emocionantes, como africanos e latino-americanos.
           Também nesse período, o foxtrote abriu caminho para a música pop. Virou moda ouvir músicos negros, solos de bateria e cantores de blues, fazendo surgir inúmeras bandas, que viajaram por todo país tocando seus saxofones.
           O interessante dessa moda é que , desde o início, ela gerou muita polêmica. Foi defendida entusiasticamente pelos intelectuais, que viam nela a música do futuro. E foi combatida pelos moralistas e religiosos, que a atacavam como sendo produto do submundo ou das classes inferiores.
           Na verdade, o jazz e o blues conseguiram espaço e se espalharam por todo mundo com muita rapidez, auxiliados pelo gramofone e pela prosperidade dos 'anos felizes' do capitalismo americano."


Fonte: HOBSBAWN, Eric J. História Social do jazz. Rio de Janeiro, Paz e terra,1990.



Louis Armstrong (1900-1971), cantor, chefe de orquestra e brilhante trompetista norte-americano, foi o grande responsável pela universalização do jazz.
















Por que Primeira Guerra Mundial?

O nome Primeira Guerra Mundial foi atribuído ao conflito de 1914 a 1918, pois essa foi, efetivamente, a primeira guerra da qual participaram as principais potências das diversas regiões da terra, embora o principal cenário das batalhas tenha sido o continente europeu.
Os conflitos internacionais anteriores tinham um caráter localizado, sempre restrito a países de um mesmo continente, de economia predominantemente agrícola ou mercantil. Já o conflito de 1914 a 1918, além do seu caráter generalizado, envolveu potências que tinham alcançado a industrialização.
Potências que dedicam sua capacidade de produção ao desenvolvimento de uma poderosa indústria bélica e todos alinham efetivos consideráveis, extraídos principalmente da população rural, cuja diminuição acarreta uma inquietadora redução dos aprovisionamentos. Assim, o conflito desorganiza as trocas e abala seriamente a estrutura econômica do mundo.


Fonte: COTRIM, Gilberto. História e Consciência do mundo. 6ª edição. 
 
 
 
 
 

A guerra narrado por soldado


" Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não somos revezados. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações estão esgotadas - pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio inferno!"

Fonte : J. M. Roberts (org.) História do Século XX. IN: Adhemar Martins Marques et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 1994. p. 120).


                                      Disponível em : http://documentoshistoricosnanet.blogspot.com.br/2010/06/primeira-guerra-mundial.html

Batalha pelo alimento

" Durante a Primeira Guerra Mundial, a fome foi um dos maiores problemas da população alemã. Leite, manteiga e batata tornaram-se produtos de luxo. Só eram encontrados no mercado negro, e custavam tão caro que apenas os ricos podiam comprá-los.Quando havia alimentos à venda, havia também racionamento. Cada pessoa só podia comprar um ovo, 2,5 kg de batata, 20 g de manteiga e até 190 g de carne por semana.A população pobre era a que mais sofria. Quase 200 mil pessoas entravam diariamente em longas filas para conseguir comer um prato de sopa distribuído pelo exército.Como conseqüência da miséria, o roubo era inevitável. Roubava-se desde roupas até cães para matar a fome. Muitas crianças sobreviviam apenas com ralas sopas de batata ou com as frutas que apanhavam nos quintais das casas.Com tanta fome, as mortes não ocorriam apenas nos campos de batalha. A desnutrição tornava as pessoas vulneráveis às doenças. A tuberculose, o tifo, o cólera e as epidemias de gripe também mataram milhares de pessoas na Alemanha durante a guerra."


RICHARD, Lionel. A república de Weimar (1919 - 1933). São Paulo, Companhia das Letras.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)


Antecedentes
            Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
           Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
           Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.

O início da Grande Guerra
          O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.

Política de Alianças
            Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
          O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.

Desenvolvimento. 
         As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.

Fim do conflito
           Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada,  perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
             A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.


De cima para baixo e da esquerda para a direita: Trincheiras na Frente Ocidental; o avião bi-planador Albatros D.III; um tanque britânico Mark I cruzando uma trincheira; uma metralhadora automática comandada por um soldado com uma máscara de gás; o afundamento do navio de guerra Real HMS Irresistible após bater em uma mina.                             Disponível em : http://www.sohistoria.com.br/ef2/primeiraguerra/